terça-feira, 28 de julho de 2009

Ídolos: Década de 20, 30, 40 e 50

Fonte: Máfia Azul

Abelardo (Flecha Azul)
Nos velhos tempos, ele era o jogador mais grã-fino do Brasil. Entrava em campo como se estivesse chegando a uma festa. E ainda jogava bem! Seu estilo logo o transformou num ídolo para os torcedores mais fanáticos. Era gostoso ver Abelardo em campo fazendo gols com seu físico franzino. Ágil , excelente cabeceador, ganhou o apelido de Flecha Azul.

Era admirador de Heleno de Freitas, de quem, dizem, havia assimilado o estilo. Por coincidência, Abelardo se transformava num Heleno de Freitas quando enfrentava o Atlético: com ele em campo, o Cruzeiro não perdia para o rival. Certa vez, depois de um Cruzeiro x Atlético no Estádio Presidente Antônio Carlos, Abelardo teve até de ser escondido pelos próprios jogadores atleticanos, porque a torcida inimiga queria linchá-lo.
Seu mestre e conselheiro foi Niginho, que parou de jogar quando teve certeza que sua camisa tinha um herdeiro à altura. Vendido ao Palmeiras em 1950, por 150 contos de réis, Abelardo logo conquistou o Parque Antártica. Foi emprestado ao Santos e voltou ao Cruzeiro, pelo qual encerrou sua carreira como campeão mineiro de 1959.



Bengala
Italo Fratezzi, o Bengala, quando chegou ao Palestra Itália em 1925, já dizia: Só saio daqui quando morrer. Começava, então, a carreira de um dos jogadores mais cheios de disposição e talento que já pisaram o campo do Barro Preto.
Objetivo e veloz, como convinha a um bom ponta-esquerda, Bengala logo se destacou no Palestra jogando com a camisa 11 ou com a 10, na meia - esquerda.

Com os reforços contratados pelo presidente Américo gasparini, o time se armou e Bengala tornou-se o grande ídolo da torcida. Campeão em 1928, acabou sendo um dos principais responsáveis pelo bi em 1929 e o tri, em 1930, quando foi, ao lado de Niginho, a grande estrela do tiem que ganhou o apelido de Academia do Barro Preto.

Em 1940, quando Bengala se tornou técnico, o Palestra conquistou o seu útlimo título com o velho nome. Bengala foi então treinar o Botafogo, em 1943, mas voltou a Belo Horizonte, onde treinou o Cruzeiro e a Seleção Mineira, abandonando definitivamente o futebol profissional.Mas continuou no Cruzeiro ajudando a construir o grande clube de hoje, até morrer, em 22 de junho de 1980.


Niginho
A família Fantoni deu ao Cruzeiro jogadores de indiscutível categoria, como Orlando, Nininho, Ninão, Fernando Benito e... Niginho. Todos eram cobras, mas igual a Niginho, nenhum.

Falar Leoníldo Fantoni em Belo Horizonte era a mesma ciosa que citar um nome qualquer. Ninguém saberia quem era. Mas, Niginho, ah... Os atleticanos, americanos, lacustres (do Guarany), villa - novenses, todos tremiam de medo. O centroavante Niginho era o terror de todas as defesas. Quando ele apareceu, jogando um futebol de gênio, o Cruzeiro foi tricampeão mineiro.

Ninão foi para a Itália, onde já estava Nininho , e pouco depois chamou Niginho para joga pela Lázio, de Roma - um timaço na época. Para desespero da torcida palestrina. Niginho, aos 20 anos, foi. O Cruzeiro perdeu o tetra e ficou longe das disputas do título. Enquanto jogou pela Lázio, Niginho foi ídolo - como era em Belo Horizonte. Mas recusou a convocação para lutar na guerra contra a Abissínia e voltou para o Brasil.

Recebido por uma delirante massa de torcedores, Niginho recolocou o Palestra em seu caminho de glórias. O time voltou a decidir títulos e recuperou o respeito dos adversários. Em 1943, 44 e 45, ganhou seu segundo tricampeonato, justamente quando o clube mudou o nome para Cruzeiro Esporte Clube.


Nininho


O jovem talentoso Ninho termina de jogar uma partida pelo Palestra Itália, no velho Estádio do Barro Preto. No portão de saída, um italiano o interpela, esforçando-se por se fazer entender. Sou representante de Bruno Mussolini, filho do Duce e presidente da Lazio, apresenta-se. Vocês gostariam de jogar na Itália?, indaga a Nininho e a seu primo, Ninão. Desse modo, direto e seco, a vida do lateral esquerdo Otávio Fantoni seria radicalmente transformada.

Poucas semanas depois, a notícia da transferência se espalha. No dia da despedida a estação Central do Brasil, em Belo Horizonte, é completamente tomada por seus torcedores. O adeus é comovente. Quem o vira jogar não mede elogios: Foi o melhor lateral-esquerdo do mundo, dizem, ainda hoje. Tanto defendia como atacava, e com a mesma habilidade.

Bastaram os primeiros jogos na Lazio para os italianos também atestarem: é um craque. Titular absoluto da equipe romana, Nininho passou a ser o grande Fantoni Secondo. em 1934, vestindo a Azzurra, alcançaria a glória de se tornar campeão mundial.

Mas pobre Nininho: nem tudo foram flores para ele. Sua mulher, Lucília não se adapta aos rigorosos invernos europeus e contrai uma grave doença. Aconselhada a voltar ao Brasil falece pouco tempo depois. O destino, porém, seria ainda mais duro com Nininho. voltando às atividades depois de uma contusão, faria seu derradeiro jogo num Lazio x Torino. Num lance casual com o o brasileiro Benedito, é atingido no rosto e cai sangrando pelo nariz. Medicado na pista, retorna a campo e permanece até o final.

Fazia muito frio naquele dia. Talvez por isso não quisese ser medicado ao final da partida. Ao chegar em casa, ardia em febre. Foi constatada uma infecção. É levado às pressas para uma clínica e a Lazio coloca em sua cabeceira os melhores médicos do país. Mas todos os esforços são inúteis. Uma grangena tomara-lhe o corpo. Toda a Itália se comove acompanhando pelo rádio e pelos jornais suas útlimas horas. No dia 9 de fevereiro de 1935, Nininho morre.

Roma estava envolta por um inverno rigorosíssimo. Embalsamado, o corpo de Nininho permanece exposto à visita pública na câmara-ardente. O governo italiano também presta sua homenagem ao grande craque do calcio voltando verba em benefício das pequenas órfãs Mirtes e Dirce Fantoni. O ditador Benito Mussolini comparece ao velório. O cortejo fúnebre pára todo o centro comercial de Roma e, sob o frio e a neve de fevereiro, o povo leva Nininho ao túmulo.


JOGADORES HISTÓRICOS
1920 – 1950
Orlando, Ninão, Fernando Benito

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